17 fevereiro 2013

My friday


Tinha combinado ir com uma amiga a pé, até casa. Quando ia a sair da escola encontrei um amigo nosso, que por acaso também ia sair e uma amiga da minha turma. Acabámos por ir os quatro para casa. O amigo tinha de apanhar a camioneta rapidamente, mas foi praticamente uma missão impossível, porque já se sabe como são as raparigas a falar, ir buscar as malas... Vínhamos os quatro a falar quando eu olho para o lado e vejo o autocarro do meu amigo. Ele nem queria acreditar!
 
O autocarro tinha partido e nem sequer deu tempo de irmos a correr atrás dele. Continuámos a andar até que as duas raparigas disseram que iam para casa que era já ali. A minha ainda ficava longe, por isso não dava para lhes pedir que andassem mais um pouco. Estava um pouco desconsolada, quando o meu amigo disse que ia comigo pois não se importava de apanhar outra paragem. E assim fizemos. Despedimo-nos delas e continuámos a nossa viagem.
Encontramos a paragem do autocarro dele.
 
-É aqui. Vá, até segunda!-disse-lhe eu.
 
-Espera! Fica aqui comigo, por favor.
 
-Não posso. Tenho os meus pais à minha espera.
 
-Por favor!-respondeu-me- Não me deixes aqui sozinho! Se quiseres peço-te de joelhos.
 
-Ai! Então quanto tempo é que falta para o autocarro chegar?
 
-Vinte minutos- respondeu-me ele.
 
-É muito. Desculpa mas não dá mesmo.
 
-Então deixa-me ir contigo... Há mais alguma paragem ao pé da tua casa?
 
-Sim, acho eu.
 
Então ele seguiu-me e veio comigo. Andámos muito e falávamos bué. Encontrávamos várias pessoas da nossa escola que tinham mudado.
Passamos por um quiosque que tinha três adolescentes a falar e que se calaram quando passamos. Foi um pouco constrangedor.
Continuamos a andar, apesar de estarmos muito cansados.
Estávamos nós quase a chegar a casa quando eu olho para um carro e vejo lá a minha stora de português ( que adora lixar-me e picar-me) mais o seu sobrinho que também anda na nossa escola, mas que também me odeia.Eu e o meu amigo olhamos para eles e eles começaram-se a rir à nossa frente, dentro o carro, porque provavelmente pensam que sou calma demais para me dar com rapazes. Eu acenei-lhes e continuei a andar como se nada fosse. Quando estava quase a chegar a casa, disse-lhe que havia uma paragem no fundo de uma rampa enorme, e que se descesse mais iria encontrar um metro.
Resumindo: Ele convenceu-me a descer aquela enorme rampa porque não queria ir sozinho. Andamos à procura de paragens e não encontramos nenhuma com o autocarro dele. Ele ficou tipo assim:
 
 
 
Voltamos a subir a rampa e a nossa respiração era quase igual à respiração de quem acaba de correr imenso.
-E agora?- perguntou-me ele.
-Eu já estou praticamente em casa...é mesmo aqui.
-Mas eu não sei para onde ir!
-Sobes isto aqui, viras à esquerda e segues o caminho que tínhamos feito.
-Anda comigo!-Pediu-me
-Não dá mesmo. Daqui a nada o meu pai aparece e se nos vê juntos não vai achar piada...
-Então podes-te despedir de mim?
Depois olhei para o lado e vi o meu pai, lá bem no fundo, a subir aquela rampa horrível. De repente vi a minha vida a andar para trás.
- Desculpa-me! Tenho mesmo de ir! O meu pai está ali! Segue o caminho que te disse.
 
E desatei a fugir, até entrar em casa.
Resumindo: O meu amigo perdeu o gorro no autocarro e andou meio desorientado até encontrar uma paragem, mas acabou tudo bem.
 
 
 

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